Coluna publicada Jornal O Vale 10 de maio 2025
O que minha mãe me ensinou?
Pré dia das Mães, e como não homenagear essa nossa capacidade tão feminina de maternar? Mães dos nossos filhos, dos nossos pais (quem já viveu essa inversão de papéis, vai entender), mãe das amigas, às vezes até dos maridos – dizem que o filho que mais dá trabalho é o da sogra, né? rsrsrs.
Minha mãe sempre dizia que a beleza de uma mulher não está só no espelho, mas na forma como ela se cuida, se ama – e como consegue multiplicar esse cuidado e esse amor em tudo ao seu redor.
Cresci vendo minha mãe transformar dias comuns em momentos especiais com pequenos rituais: o jeito delicado de passar um batom, a escolha de um lenço que parecia contar uma história, os dias em que ela me deixava faltar à aula só porque estava chovendo e a gente faria sequilhos, bolinho de chuva e assistia sessão da tarde, a amizade e ligação incondicional que ensinou eu e minha irmã a termos – e talvez essa tenha sido a minha maior herança.
Também aprendi com ela que moda e autocuidado são formas de amor-próprio. Lembro quando fui morar em São Paulo pra estudar. Minhas novas amigas pareciam tão mais antenadas, tão estilosas, sem contar que tinham um repertório tão maior que o meu – não só em moda, mas neste quesito era visível a diferença. Eu, claro, sentia o peso da comparação natural da adolescência, e ela, percebendo, disse: “Vamos a algumas lojas. Mas escolha peças boas, que te representem e te façam sorrir.”
Foi aí que entendi que imagem pessoal não é sobre marcas ou ostentação. É sobre confiança nas escolhas. Moda, pra minha mãe, sempre foi uma linguagem: um jeito de dizer ao mundo quem somos – sem precisar de palavras. (acho que por isso até hoje encontro pessoas que conheceram sua loja e me pedem para retoma-la)
Ela também me ensinou que se cuidar é um ato de generosidade.
“Quando você se cuida, se enche de amor-próprio, você ilumina quem está por perto”, ela dizia, enquanto me ensinava a cuidar da casa, dos pensamentos e da pele (e me lembrava: “nunca esqueça das mãos e do pescoço, são os primeiros a entregar a idade!” rsrsrs).
Ela me levava em desfiles, showrooms, eventos das marcas com as quais trabalhava e lógico que me colocava pra ajudar. Simples momentos que, hoje eu vejo, eram aulas de autoconhecimento e conexão entre mãe e filha.
Hoje, como consultora de imagem, carrego essas lições em cada atendimento.
Aliás hoje vejo minha mãe em muitos momentos da minha vida, mas também em cada mulher que ajudo a redescobrir sua essência – por meio de um look, de um detalhe, de um novo jeito de se enxergar.
Ela me ensinou que moda é transformação, é comunicação e autoestima. Neste Dia das Mães, celebro com muitas saudades essa herança elegante e amorosa que me lembra, todos os dias: a verdadeira beleza está em viver com intenção, com cuidado e porque não, com um toque de ousadia.
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